- Atomic Horses
- Black Velvet Widow
- Burn, little girl
- Campsite Insomnia
- Chapel chant
- Cut Finger & Serpent Servants
- Deer Lady
- Golden watch rabbits
- Greek Manhattan
- Johnny Powers
- Jokers
- Me & my friend
- Minstrel & the Mountain
- Naughty night birds
- Numerologia pt
- O Pêlo pt
- Out of this God-damn town
- Piper at the gates of dawn & Born at the crossroads
- Revolution
- Sailors
- Stay-Connected
- Stonemanson
- Temple of the frog
- The Bear
- The box
- Três de quatro olhos pt
- Viciado em tetas pt
- Virtue | Curse
- The Spanish cut
- Winter Time
Viciado em tetas
Isto é mais uma confissão que out’acoisa.
Sou viciado em tetas. Pá, acontece. Mas sei que é uma condição. Há viciados na bola, eu sou viciado em tetas. E sei quando começou. Num dia de Sol, ou de chuva, ou até mesmo de tempestade, foi quando começou. Fui ao Continente, ou ao Auchan, ou foi o Lidl? Aldi? Não faz mal o local, mas fui. Lá fui e assim que vi, peguei e paguei logo aquilo. Captou-me logo a atenção. É assim. Mas é que é logo. Vejo, pego. Depois pago.
Neste caso, foi uma égua. Daquelas com desenhos bonitos, com estelas nos lados, enfeites fúcsia. Pá, bonita. Que aquecem a alma dum infante. E levei pa’Escola, e exibi a minha nova égua aos meus amigos e coleguinhas. Tetas impecáveis, pá. Já lhes tinha posto nos olhos o lápis do Batman, e a caneta do Pato Donald, uma afia em feitio de chupa-chupa. Só faltava uma égua. E sabem como são os miúdos. Ficam logo com inveja dum gajo que tem as tetas mais fixes da escola.
Mas isto acontece até hoje. (Ah pois é, bebé.)
Ainda antes d’aqui, passei num túnel. Com lojas e comidas. E lá vi uma teta pó PC. Piscava, não estava na caixa, e tinha um botão saliente. Dá mais jeito pós’clicks. Eu já tenho em casa, mas isto é o vício, sabem? Peguei e paguei. Mas logo. E não é um ato banal. Custou um olho, é foda… e nem é bom.
A minha psicóloga contou-me que quando toco o disco, fico mais estável. Mas não é uma habilidade que tenha. É coisa que acontece. Quando existe um isco. Uma e só minha dificuldade. Não falo muito disto. Mas é daqueles iscos que se alinham numa mesa e… catapimba. Do nada levam a mão ao bolso e deixam-me sem cheta, sem um único tusto, pá. Nesses dias escapo-me ao vício das tetas. Não digo é à psicóloga destas coisas, senão pagava duas consultas seguidas.
Posto isto num pato limpo, sem muito escabeche, que eu não gosto de escabeche, e sabendo também que vocês entendem de damas, peço que um dia haja, tal como existem alcoólicos anónimos, uns tetas anónimos. Que esta busca chegue ao fim. Fico muito gato.
Só uma pequena nota…
Contei isto aos meus amigos.
Os meus amigos iam e iam e iam e iam muito. Muito alto. Mesmo muito alto.
Diziam-me: “Ó Miguel, na escola não te ensinam o R?”